FORA DA CAIXA
Corredores de verdade testaram quatro técnicas alternativas
que podem ajudar você a melhorar a sua performance, livrar-se finalmente de uma
lesão e ter uma relação mais prazerosa com a corrida.
MEDITAÇÃO
A proposta
Uma técnica promete melhorar a sua concentração e foco,
ensinar a sua mente a superar a barreira da dor, turbinar a sua performance e
tornar a corrida uma experiência mais positiva. Existem diversas técnicas de
meditação, mas o objetivo principal é aquietar a mente.
Jim Rogers é ultramaratonista e professor de saúde e
assistência social na Universidade de Lincoln, no Reino Unido e também
professor de meditação. Ele afirma que existem paralelos entre esta atividade e
a corrida. “Em ambas você naturalmente
alterna seu foco entre a cabeça e o corpo”, explica ele. “Na meditação, o objetivo é simplesmente
estar presente naquele momento, em vez de ficar distraído por pensamentos do
que já aconteceu ou ainda está por vir”.
Pensamentos como “eu nunca vou conseguir terminar esta maratona” ou
“como eu vou recuperar meu condicionamento depois dessa lesão?” . É diferente
de “não pensar em nada”, trata-se de conectar a mente e o corpo.
Pesquisas realizadas na James Cook University, na Austrália,
avaliaram a resposta hormonal de corredores de elite e pessoas que tinha
bastante experiência com a prática de meditação e encontraram as mesmas
elevações de um hormônio que tem efeito positivo no humor.
A cobaia
A britânica Rebecca Cox, corredora, personal treiner e “a pessoa menos espiritualizada que você
possa imaginar”, afirma que a meditação deu a ela uma “arma secreta” na
corrida de longa distância . Ela já havia completado 12 maratonas e não dava a
menor bola para a onda “zen”. Mas, quando uma fratura por estresse no metatarso
a obrigou a parar de correr, ela começou a procurar uma atividade que pudesse
aliviar o estresse e afastar a frustração de ter que ficar parada. A atleta de
31 anos investiu na ioga, que lhe mostrou a importância da respiração e decidiu
dar uma chance para a meditação.
“No começo, eu não
conseguia ver como aquilo poderia ter alguma influência na maneira como eu
corria”, diz. “Mas depois percebi que
o objetivo de encontrar conforto em uma posição desconfortável poderia ser
aplicado à corrida.” Especialmente o tipo de corrida que ela mais gosta:
dias se arrastando pelo deserto e provas de 24 horas em trilha.
“A meditação também me
ensinou a analisar cada parte do meu corpo durante a corrida, levando minha
atenção a uma área de cada vez”, explica Rebecca. Depois de se recuperar da
lesão, ela participou de uma prova a qual passou 24 horas correndo. “Foi lá que o que eu tinha apendido
realmente fez sentido. Eu senti como se tivesse uma arma secreta”, afirma
ela. “Nunca tinha corrido nem metade
disso, mas naquele dia consegui percorrer 160 Km. Nem tinha percebido que
estava com bolhas terríveis, levei minha mente para outro lugar.
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Trecho extraído de artigo publicado na revista RUNNER'S WORLD edição 56. Junho 2013.
Fonte da imagem: www.buscasaude.com.br