Fonte: The New York Times
No meio da loucura da sociedade
moderna, a meditação tem ganhado um status interessante como forma de combater
o estresse e melhorar a qualidade de vida. A ioga também cresceu como
atividade, justamente por promover um bem-estar espiritual.
Com isso, muitos estudos sobre a
meditação foram realizados, para saber, cientificamente, como ela poderia nos
beneficiar.
E os resultados, até agora, tem
sido maravilhosos: pesquisas mostraram que a meditação alivia a dor, aumenta a
nossa capacidade de atenção, melhora nosso sistema imunológico e representa uma
maior conexão entre o corpo e a mente.
Isso tudo tem a ver, então, com a
forma como a meditação altera nosso cérebro. Foi o que revelou um novo estudo,
uma revisão de pesquisas anteriores sobre a meditação, que descobriu que após
quatro semanas de prática (o que equivalente a apenas 11 horas) de meditação
nosso cérebro sofre mudanças físicas observáveis.
Os cientistas analisaram os
resultados de dois estudos de 2010, um com 45 estudantes da Universidade de
Oregon (EUA), e outro com 68 estudantes da Universidade de Tecnologia de Dalian
(China).
Durante esses estudos, os
participantes praticaram treinamento integrativo de mente e corpo (TIMC), um
tipo de meditação intensa. Eles foram submetidos, também, a ressonâncias
magnéticas do cérebro.
Após duas semanas de prática, os
participantes apresentaram uma maior densidade de axônios, ou fibras nervosas,
no cérebro. Ao ficarem mais densas, as fibras nervosas, também chamadas de
“substância branca”, aumentaram o número de conexões cerebrais de sinalização.
Após um mês de prática, além do
aumento de densidade das fibras nervosas, foi observada também nos
participantes a expansão da mielina, um isolamento de proteção gordurosa que
envolve as fibras nervosas.
Esses efeitos foram vistos na
região do córtex cingulado anterior do cérebro, que ajuda a regular o
comportamento. A atividade nesta parte do cérebro está associada a várias
doenças mentais, como déficit de atenção, demência, depressão e esquizofrenia.
A mudança nessa parte do cérebro
afetou os participantes de forma positiva: eles apresentaram melhoras no humor,
níveis reduzidos de raiva, ansiedade, depressão e fadiga, além de níveis mais
baixos de cortisol, o hormônio do estresse.
Essa não é a primeira vez que um
estudo descobre que a meditação afeta o cérebro, já que um estudo de 2011
também ligou a prática ao aumento da massa cinzenta no hipocampo, uma área do
cérebro importante para o aprendizado e a memória.
Aplicações:
Segundo os pesquisadores, a
meditação pode ser utilizada para combater doenças mentais. A meditação é uma
intervenção simples e barata com potencial para melhorar ou prevenir
transtornos do cérebro.
“As descobertas deste estudo são
notícias boas para todos nós. Se tão pouco quanto 11 horas de treinamento da
mente melhora nosso cérebro, essa atividade acessível a qualquer pessoa a
qualquer momento pode nos ajudar a desfrutar de mais clareza mental e
estabilidade emocional em nossas vidas”, comentou a neurocientista Elena
Antonova, do Instituto de Psiquiatria do Kings College London (Inglaterra).
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